“Motuca, a Cidade da Agroecologia” investe em novas tecnologias para a produção de biocombustíveis

Mesmo com apoio do Governo Federal, a produção de biocombustíveis no Brasil ainda esbarra no alto custo para sua produção. Contudo, o projeto “Motuca, a Cidade da Agroecologia” aposta em inovadoras tecnologias que reduzem investimentos financeiros e consumo de energia no processo de fabricação, viabilizando a produção de combustíveis ecologicamente corretos.

“Se não tivéssemos conhecido esta tecnologia, seria inviável”, destaca o idealizador e coordenador do projeto Sérgio Gonçalves Dutra, Consultor do Instituto Inova. Ele refere-se à tecnologia criada pela BioPetro, parceira do município de Motuca nessa iniciativa.

A empresa desenvolveu, com apoio de seus parceiros, tecnologia exclusiva para a criação de uma indústria que utiliza sistemas dinâmicos introduzidos com elevado nível tecnológico que permitem redução dos investimentos financeiros iniciais e redução do consumo de energia no processo de fabricação de biodiesel.

O grande diferencial da tecnologia da Bio Petro é o baixo custo na produção de biocombustíveis e a grande compatibilidade com diferentes matérias primas. “Além de quaisquer plantas leguminosas, é possível utilizar banha de porco e óleo de cozinha”, aponta Dutra. “Basta fazermos alguns ajustes e adaptações”.

Com capacidade nominal de 3.000 litros por hora e proporcionando uma produção anual de 6,0 milhões de litros de combustível, a indústria será gerenciada por uma cooperativa. A matéria prima será produzida por agricultores familiares da região central do estado. “Para isso será necessária a adesão de pelo menos dois mil produtores para que o projeto tenha êxito”, revela Dutra.

Alternativa de Emprego

A adesão de famílias não é vista como obstáculo para a implantação do projeto, pois Motuca possui um assentamento com 400 famílias de agricultores familiares na antiga Fazenda Monte Alegre, além de mais de 1.000 famílias, com população superior a 6.000 pessoas, assentadas em uma área que abrange as cidades de Araraquara e Matão.

A maior parte dos assentados estava empregada na Usina Santa Luiza, pertencente até 2007 à família Malzoni, e que chegou a ter, de forma direta e indireta, mais de 1.800 pessoas empregadas. Porém, os grupos que adquiriram a Usina optaram pelo seu fechamento, gerando um quadro social extremamente preocupante.

A instalação do projeto “Motuca, a cidade da Agroenergia” surge como alternativa para a melhoria de vida e desenvolvimento social da região, como explica Jair dos Santos, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Meio-Ambiente da cidade. “Não iremos pensar em pontuação, mas em qualidade de vida, o alcance das primeiras posições para o desenvolvimento sustentável será uma conseqüência”. “Temos terras produtivas e riqueza de água no assentamento”, relata.

O projeto conta com o apoio de cinco deputados estaduais, além da Embrapa, Ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Ciência e Tecnologia e Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais – FEPAF. “O governo federal quer que esta idéia dê certo porque envolve biodiesel e assentamento, duas coisas que o presidente Lula gosta muito”, explica Carlos Augusto Bellintani, Consultor do Instituto Inova.

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